Blog Sem Fins Lucrativos, somente com o intuito de divulgar a carreira do piloto Bruno Senna e o IAS. Carol Lo Re

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Bruno Senna anuncia estreia na Fórmula E pela Mahindra



Brasileiro reedita parceria com piloto indiano na nova série de carros elétricos

SÃO PAULO - Bruno Senna anunciou nesta segunda-feira em Mumbai (Índia) que disputará o primeiro campeonato da Fórmula E, a série de carros elétricos criada pela FIA. O piloto brasileiro correrá pela equipe Mahindra e terá como parceiro o indiano Karun Chandhok, com quem já dividiu os boxes na Fórmula GP2 pela iSport e na Fórmula 1 em sua temporada de estreia pela HRT.

Bruno já havia estabelecido as bases do contrato desde o fim da temporada passada e por isso abriu mão de outras possibilidades da carreira, inclusive a vinda para a Stock Car no Brasil. "Estou bastante animado com essa nova fase. Temos toda uma estrutura de fábrica por trás da operação e o próprio chefe da área de carros elétricos da Mahindra vai se envolver diretamente no projeto. Noto que todos estão motivados e me sinto satisfeito por ter um objetivo muito legal para este ano, que é o de brigar pelo título", explicou.

A Fórmula E representa na prática a preocupação da FIA com a sustentabilidade e a redução de poluentes próprios dos atuais motores utilizados nas pistas de competição. O Spark-Renault SRT-01E é o primeiro carro homologado pela entidade. Outros nomes importantes, como Dallara (fabricante dos chassis), McLaren (eletrônica), Williams (baterias) e Michelin (pneus), estão envolvidos na categoria.

A dupla da Mahindra é a terceira a ser confirmada, juntamente com Lucas di Grassi e Daniel Abt (Abt) e Jaime Alguersuari e Sam Bird (Virgin). "O interesse pela categoria vem aumentando, inclusive na mídia", disse Bruno, lembrando que quatro dos pilotos garantidos no grid passaram pela Fórmula 1 - além dele e seu companheiro de equipe, também Di Grassi e Alguersuari. "São equipes fortes e com grandes pilotos. Acho que a briga será bastante intensa. Sou muito amigo do Karun, trabalhamos bem em conjunto, mas dentro da pista vou tentar batê-lo como a qualquer outro", destacou.

A operação de pista da Mahindra ficará sob a responsabilidade da Carlin, uma das principais equipes das divisões de acesso da Europa e atual time do brasiliense Felipe Nasr na GP2. "Temos uma garantia de qualidade, porque eles têm muita experiência em corridas", lembrou Bruno, cujo primeiro contato com o carro está marcado para o circuito inglês de Donington Park, base da equipe, no dia 4 de junho. "Será apenas um teste primário, um shakedown. Os treinos para valer mesmo começarão dias 3 e 4 de julho."

O calendário da Fórmula E será cumprido entre setembro próximo e junho de 2015 e as 10 provas estão programadas para pistas de rua. A largada está marcada para 13 de setembro em Pequim (China). Os demais locais e datas são estes: Putrajaya (Malásia), 18 de outubro; Punta del Este (Uruguai), 13 de dezembro; Buenos Aires (Argentina), 10 de janeiro; a definir, 14 de fevereiro;Miami (EUA), 14 de março; Long Beach (EUA), 4 de abril; Montecarlo (Mônaco), 9 de maio; Berlim (Alemanha), 30 de maio; Londres (Inglaterra), 27 de junho.
MF2

Entenda a Formula E - Bruno Senna Mahindra Racing 2014/2015



Entenda a Formula E

Ao pensar em Formula 1, uma das primeiras lembranças da competição provavelmente é o barulho dos motores dos carros, uma característica extremamente marcante dessas corridas. Será que é possível ter uma corrida emocionante mesmo sem esse som tão conhecido? Quem vai tentar responder a essa pergunta, em 2014, é a nova categoria da FIA, a Formula E.


A maior novidade da Formula E é que os carros que vão competir nas suas corridas são completamente elétricos e funcionam usando imensas baterias, e não um motor normal a combustão. Dessa forma, eles são mais ecologicamente corretos do que os carros da Formula 1, porém possuem algumas limitações e diferenças bem marcantes.



O que é a Formula E?


Formula E é uma nova categoria da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) — a organização mundial responsável pela Formula 1 e dezenas de outros campeonatos de velocidade, rallys e outra competições automobilísticas. Ela se diferencia das demais categorias por um ponto importantíssimo: os carros utilizados são completamente elétricos.

Muitos pontos e muitas limitações impedem que a Formula 1 adote (pelo menos neste momento) carros elétricos nas suas corridas, por isso uma nova categoria foi criada. O visual dos carros da Formula E, no entanto, lembra bastante o dos veículos da competição principal da FIA, com um desenho aerodinâmico e bastante elegante. Quais são então as principais diferenças entre essas competições?


Principais características da Formula E


Um dos maiores diferenciais da Formula 1 para a Formula E é a alimentação dos motores dos carros: enquanto um funciona com motor a combustão e precisa de combustível para rodar, o outro é totalmente elétrico e usa baterias. Essa é, na realidade, a maior diferença e um dos motivos da categoria ter sido criada. Mas o que isso quer dizer, em termos práticos?


Velocidade e potência


Os carros de Formula 1 atingem normalmente mais de 300 km/h durante as corridas; já o Spark-Renault SRT-01E, o primeiro veículo homologado pela FIA para a Formula E, consegue atingir velocidades um pouco menores do que essa — o limite máximo imposto pela FIA foi de 225 km/h para os carros elétricos.


Isso não quer dizer, no entanto, que esse será um campeonato “lento”, já que esse limite ainda é bem alto e permite corridas bastante emocionantes. É possível que, com o passar dos anos e a evolução da tecnologia desses carros, a velocidade média de uma corrida de FE seja aumentada pela própria FIA, porém para 2014 essa é a regra vigente.

A potência do motor também é diferente da dos carros de Formula 1 e foi igualmente limitada pela FIA para a temporada de 2014: os veículos da Formula E poderão ter no máximo 200 kW de potência, um valor que seria equivalente a 270 bhp em um motor que não seja elétrico.


Porém, essa potência máxima é permitida apenas nos treinos e nas qualificações; durante as corridas de verdade, a limitação da FIA é de 133 kW (aproximadamente 180 bhp). Mesmo assim, existe uma “brecha” nesse limite: os carros poderão ter um sistema “Push-to-Pass” que momentaneamente aumenta a potência ao máximo para permitir melhores ultrapassagens.


Essas limitações, a princípio, servem para garantir a segurança da competição no seu primeiro ano. Por serem carros que se comportam de maneira bem diferente da dos veículos da Formula 1, é preciso entender melhor como eles vão se sair nas pistas antes de tomar atitudes que possam comprometer os pilotos e profissionais envolvidos.


Pit-stop


Se o carro da Formula E não precisa ser abastecido de combustível, seria este o fim das paradas nos boxes? Absolutamente não, afinal de contas ele precisa de algum tipo de alimentação para se mover e ainda é preciso algum tipo de recarga nessa categoria, logo os pit-stops com certeza serão realidade nessa nova categoria.

Porém, a verdade é que ainda não se sabe exatamente como o sistema de recarga dos carros elétricos da FE vai ser realizado. A regra da FIA exige que os pilotos façam ao menos duas paradas nos boxes, o que sugere que a bateria (que não poderá pesar mais do que 200 kg) não vai ser capaz de aguentar o percurso completo, mas o sistema de recarga não foi divulgado.


O que se sabe é que os pilotos da Formula E terão dois carros disponíveis durante as corridas: enquanto um está sendo usado, o outro fica nos boxes recarregando a bateria e esperando pelo momento do pit-stop. Isso será uma mudança bastante dramática entre os dois campeonatos, já que exige que o piloto saia do carro e troque de veículo para continuar a corrida.


Barulho dos motores


Se você já viu um carro elétrico, sabe que ele é extremamente silencioso perto de um veículo com motor a combustão. Mesmo atingindo velocidades altas, os carros desse tipo não possuem o ronco característico dos motores da Formula 1, o que pode ser um fator de estranhamento inicial na Formula E.


Existiu anteriormente uma vontade por parte de pessoas ligadas à FIA de trazer motores elétricos para a própria Formula 1, já que eles possuem emissão zero de carbono no ar, algo que os torna muito mais ecologicamente corretos. Essa ideia, no entanto, foi descartada por medo de que a categoria perdesse a sua emoção característica, sendo o ronco dos motores um dos principais fatores nessa decisão.

Fonte: Tec Mundo.